Cortinas fechadas

A empresa aérea japonesa Japan Airlines (JAL) está implementando um “Exercício de Cortinas Fechadas” abrangendo 17 aeroportos no Japão e cinco aeroportos no exterior, nos quais as cortinas de aviões que estiverem parados serão fechadas para bloquear a luz solar e impedir que as temperaturas internas das cabines das aeronaves suba.

Desse modo, explica a empresa, a quantidade de ar condicionado requerida para resfriar a cabine antes da entrada dos passageiros e do início do voo será reduzida significativamente reduzida, diminuindo a quantidade de energia consumida e de dióxido de carbono  (CO2) emitido. A JAL não faz nenhuma referência a economia de custos, mas, ao economizar combustível e despesas em solo, certamente a medida também implica em ganhos pelo lado financeiro.

Durante testes com o JAL Eco Jet, foi utilizado um Boeing 777 especialmente pintado para promover a consciência ambiental. Com a participação dos passageiros, que ajudaram fechando as cortinas das janelas junto a seus assentos antes de desembarcar, o tempo necessário para resfriar a cabine antes de cada voo foi reduzido em 23 minutos e 800kg de CO2 deixaram de ser emitidos durante os 18 voos de teste.

O Eco Jet da JAL

Durante dez dias do último mês de Julho, a JAL fez com que, durante a operação de limpeza da cabine de seus aviões no Japão, as equipes de terra fechassem as cortinas de todo o avião que fosse ficar estacionado de um dia para o outro. Avaliando os resultados, descobriu que o tempo médio necessário para refrigerar a cabine podia ser reduzido em 35 minutos nos aviões de grande porte e em 21 minutos nos menores. A medida reduziu em 55 toneladas a emissão de dióxido de carbono nos 650 voos envolvidos.

Em função dos resultados positivos obtidos, a empresa decidiu implantar a medida a partir do início deste mês em seus aviões nos aeroportos no Japão e nos de Los Angeles, Honolulu, Hong Kong,  Guam e Taipé. Equipes de terra irão fechar as cortinas de todo o avião quando este for ficar estacionado e os passageiros serão estimulados a ajudar  fechando as cortinas das janelas antes de deixar a aeronave.

ASPIRE

No próximo dia 10, o voo JO 077 da JAL, com um Boeing 747-400 entre Honolulu e Osaka, será o primeiro voo realizado na Ásia dentro da iniciativa ASPIRE (ASia and Pacific Initiative to Reduce Emissions) um projeto no qual diversas organizações de aeronáutica e entidades governamentais de diversos países procuram desenvolver, implementar e estimular procedimentos que tornem os voos ecologicamente mais amigáveis.

Estudos projetam que as medidas adotadas nesse voo reduzirão em 5362 litros o consumo de combustível e em 13, 14 toneladas a emissão de CO2. Entre outras medidas, a iniciativa ASPIRE prevê:

  • a redução do número de páginas da revista de bordo
  • a diminuição do peso dos talheres utilizados nas refeições
  • a substituição das garrafas de vinho servidas na classe econômica por garrafas em PET
  • a troca dos containers de carga de alumínio por outros em “Twintex”, uma liga de fibra de vidro
  • a redução da bagagem de mão da tripulação
  • desligamento da unidade auxiliar de força (APU) quando o avião estiver estacionado, passando a usar energia elétrica de solo
  • otimização de rotas
  • etc.